O Brasil da Pós-modernidade é o país da democracia concreta, onde todos têm voz. A do mal faz alarde, dissemina ódio, radicaliza discursos destruidores: nutre-se da desesperança e propala o retrógrado modelo que carrega em si, pois enxerga o mundo a partir das dimensões de sua limitada janela. A voz do bem, tantas vezes acanhada, porque demasiadamente prudente, talvez ansiasse por mecanismos adequados de amplificação sonora, na expectativa pelo momento propício à colaboração mais efetiva na construção do edifício coletivo do bem nacional.
O ano de 2020 chegou. A pandemia do coronavírus, triste capítulo de nossa história humana, está deixando o registro da urgência da democratização digital, direito fundamental. Ela, sem sombra de dúvida, é a porta de acesso ao serviço construtivo de mobilização das melhores energias, com ordem, método e disciplina para o Brasil pós crise sanitária.
São chegados os tempos de conclamarmo-nos ao campo da fraternidade
edificante, deixarmos de lado a acústica barulhenta da discórdia
instalada em nós mesmos e nos redirecionarmos à verdadeira união, que
naturalmente dispensa a padronização da interpretação, conscientes da
pluralidade e da diversidade da natureza humana.
Nossa democracia é resultado dos esforços de todo indivíduo, de nossa sociedade, e de nosso Estado. Trata-se de avançado cometimento da boa vontade de cada parte dessas integrante do projeto nacional, imprescindível para pensar e reformular o País. Por isso, razoável que também pensemos em nossos deveres para com o Brasil, assunto que, ao lado de nossos direitos, é a outra face da moeda de nosso tesouro continental: organizemos por fora, aperfeiçoando por dentro.